Capítulo do livro "Petrobrás, esse patrimônio é nosso." de Euzébio Rocha.
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Geopolítica do Petróleo
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- Euzébio Rocha -
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"As companhias petrolíferas têm dinheiro, armas e munições para as revoluções. Dinheiro para a
imprensa anti-patriótica que as defende; dinheiro para enriquecer os seus incondicionais
defensores; porém para o progresso do país, para encontrar uma justa compensação do trabalho,
elas não têm dinheiro." - Lázaro Cárdenas, Presidente do México -

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    A geopolítica do petróleo significa a disputa pelo controle das regiões petrolíferas.
    Por longos anos, as nações poderosas, ajudadas em seus objetivos pelos trustes de petróleo, apossaram-se de grandes áreas petrolíferas, através de draconianos contratos de concessões. Tais atividades constituíam ilhas estrangeiras sobre as quais os governos locais tinham controle precário. Henri Berenger, comissário-geral de petróleo da França, referindo-se à Primeira Grande Guerra, afirmou:
"O petróleo foi o verdadeiro sangue da vitória. Esta vitória será denominada,
por séculos e séculos, a vitória do petróleo. Esta sentença continua verdadeira.
Ainda hoje, sem petróleo o mundo pára."

    Petróleo é benção, é progresso para os países que dominam e controlam as atividades petrolíferas. Entretanto, para os povos que só dispunham de reservas de petróleo, tão terrível foi a opressão destes grupos econômicos que Calles, presidente mexicano, disse ao general Henrique Mosconi:

"Melhor seria que o México nunca tivesse tido petróleo".

    Toda a agitação e revoluções, por anos a fio, naquele país, foram desencadeadas pelos trustes de petróleo, porque em 1935, o México adotou medidas nacionalistas. Para os países sem tecnologia, o petróleo debaixo da terra ou na mão dos trustes não traz benefício a povo nenhum.
    O tirano da Venezuela, Juan Vicente Gomes, entregou as reservas de petróleo à Royal Dutch. Apoiado pela empresa estrangeira, por 35 anos, oprimiu seu povo que por todo esse tempo continuou faminto, analfabeto, marginalizado e sofrido, enquanto o país se eleva a terceiro maior produtor de petróleo do mundo. Para todos os países da América Latina, o petróleo foi a mais terrível das maldições. Exceção do Brasil, porque o Presidente Getúlio Vargas baixou o Decreto-Lei número 395 de 29 de abril do mesmo ano, criou o Conselho Nacional do Petróleo, dirigido pelo eminente general Horta Barbosa, a quem tanto o Brasil deve pela sua ação patriótica em relação à nossa principal riqueza.
    Outras reações nacionalistas se deram. Mossadegh, em 1951, nacionalizou a Anglo Iranian e pagou com a vida o querer o seu país livre, o Irã. Nem diferente foi o destino de Kassem ao reagir contra os trustes no Iraque. Os árabes guardaram o fracasso destas lideranças. Adoratam uma política moderada por muito tempo.


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