Capítulo do livro "Petrobrás: esse patrimônio é nosso." de Euzébio Rocha.
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Falso dilema - Privatização ou Estatização
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- Euzébio Rocha -
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    Entre o Estado absorvente que, praticamente, elimina a iniciativa privada e o Estado apático que entrega, basicamente, toda a economia aos interesses privados, há lugar para o Estado ativo que age dentro dos limites convenientes ao País.
    No Brasil, a iniciativa estatal foi o motor fomentador do nosso desenvolvimento econômico, construindo a base fundamental da industrialização: aço (Cia. Siderúrgica Nacional), petróleo (Petrobrás) e energia elétrica (Eletrobrás). Até hoje, as empresas estatais só têm participação significativa em cinco setores de infra-estrutura, dois de indústrias básicas e um na categoria de serviços, compreendendo mineração, metalurgia, petróleo e gás, armazenagem, energia elétrica, trransporte, comunicação e serviços diversos, todos exigem maiores investimentos e tecnologia especial e demorado retorno de capital, enquanto os 26 setores restantes estão entregues à iniciativa privada nacional ou estrangeira.
    A entrada do ESTADO em alguns ramos chaves, necessariamente, só ocorreu depois de fracassadas as várias tentativas de entregá-los ao capital privado e foi fator decisivo para o desenvolvimento e prosperidade da economia privada.
    Uma experiência que merece cuidadosa reflexão é a da Alemanha Ocidental. Arrasada ao fim da Segunda Guerra, reconstruiu, com rapidez, o seu parque industrial e voltou a figurar entre os países mais prósperos. A iniciativa estatal foi decisiva para essa recuperação. O Estado Alemão detém a maioria acionária em quase todas as grandes empresas existentes no país.
    A iniciativa privada nem sempre é eficaz, haja vista as empresas Halles, Lume, Ipiranga, UEB, Aurea Luftalla, Taa, Tabajara, Terra, Delfin, Coroa-Brastel, Brasilinvest, Auxiliar, Maisonnave, Sulbrasileiro, Comind, Habitasul, Hspa, Economisa, Letra, Tieppó. Em todas estas empresas houve malversação e danos financeiros para o erário público e quem pagou a conta foi o povo. Nem diferente foi o que aconteceu com as 359 empresas que sofreram intervenção ou foram liquidadas pelo Banco Central no período de 1964/1985.


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